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JUST Now: Para Alonso, Felipe Massa é tão veloz quanto Kimi, futuro parceiro de Ferrari….

ByAondona Kin

May 30, 2025

Para Alonso, Felipe Massa é tão veloz quanto Kimi, futuro parceiro de Ferrari

Em 2006, a Fórmula 1 vivia um momento de grandes transformações e expectativas. A hegemonia da Ferrari, embora ainda presente, começava a se reconfigurar com mudanças significativas em sua formação de pilotos. Michael Schumacher, o heptacampeão mundial, anunciava sua aposentadoria, abrindo espaço para um novo capítulo na equipe de Maranello. Kimi Räikkönen, conhecido por sua velocidade pura e personalidade reservada, seria o escolhido para assumir o lugar do alemão. Ao seu lado, permaneceria o brasileiro Felipe Massa, que, naquele mesmo ano, já demonstrava uma notável evolução dentro da equipe italiana.

Fernando Alonso, então piloto da Renault e atual bicampeão mundial (2005 e 2006), acompanhava com atenção a movimentação no grid. Competindo diretamente com Schumacher e Massa na temporada de 2006, Alonso teve a oportunidade de observar de perto o desempenho dos dois ferraristas. Em diversas entrevistas concedidas à imprensa durante aquele período, Alonso não hesitou em reconhecer o talento de Massa — algo que muitos analistas e fãs, por vezes, subestimavam. Segundo o espanhol, Felipe Massa possuía velocidade e consistência que o colocavam no mesmo patamar de Kimi Räikkönen, futuro parceiro do brasileiro na Ferrari.

A afirmação de Alonso surpreendeu muitos, especialmente por vir de um piloto que, além de rivalizar diretamente com Massa nas pistas, era conhecido por ser um crítico exigente dos concorrentes. Mas os fatos davam razão ao espanhol. Em 2006, Massa conquistou duas vitórias (Turquia e Brasil), subiu ao pódio em outras quatro ocasiões e encerrou o campeonato em terceiro lugar no Mundial de Pilotos, atrás apenas de Alonso e Schumacher. Sua vitória no Grande Prêmio do Brasil, diante de uma torcida apaixonada em Interlagos, foi uma das mais emblemáticas de sua carreira e consolidou sua imagem como um piloto de ponta.

Alonso destacava não apenas a velocidade de Massa em voltas rápidas, mas também sua habilidade em manter o ritmo em corridas longas, algo essencial para quem desejava lutar por títulos. Para o bicampeão, o brasileiro era subestimado em razão de sua postura mais discreta e de seu histórico anterior na Sauber, equipe de meio de pelotão com a qual havia iniciado sua trajetória na Fórmula 1. No entanto, segundo Alonso, ao receber uma máquina competitiva nas mãos e a confiança da Ferrari, Massa demonstrava que podia entregar resultados de altíssimo nível.

A comparação com Kimi Räikkönen, portanto, não era descabida. Kimi já havia demonstrado na McLaren que era um dos pilotos mais rápidos do grid, com vitórias memoráveis e corridas agressivas, ainda que por vezes prejudicado pela falta de confiabilidade dos carros. Ao chegar à Ferrari em 2007, muitos esperavam que o finlandês dominasse a equipe — especialmente após a aposentadoria de Schumacher. No entanto, a realidade se mostrou mais equilibrada. Massa e Räikkönen dividiram protagonismo em várias corridas, e a diferença de desempenho entre os dois foi mínima ao longo de suas temporadas juntos.

A temporada de 2007, inclusive, reforçou a visão de Alonso: Räikkönen foi campeão mundial, mas com apenas um ponto de vantagem sobre os rivais. Massa, por sua vez, venceu três corridas e cedeu apoio estratégico ao companheiro na reta final do campeonato — incluindo o simbólico gesto no GP do Brasil, onde permitiu a ultrapassagem de Kimi para garantir o título do finlandês. Ainda assim, Massa havia mostrado, mais uma vez, que era capaz de disputar em igualdade com os melhores do mundo.

Essa perspectiva de Alonso também lançava luz sobre a complexidade do papel de segundo piloto em uma equipe como a Ferrari. Embora oficialmente Massa nunca tenha sido declarado como escudeiro de Räikkönen, o equilíbrio interno da equipe e as decisões estratégicas muitas vezes favoreciam aquele com mais chances matemáticas no campeonato. Apesar disso, Massa jamais se colocou como coadjuvante passivo. Em 2008, o brasileiro chegou muito perto de conquistar o título mundial, perdendo-o por um único ponto para Lewis Hamilton, em uma das decisões mais emocionantes da história da F1.

A fala de Alonso em 2006, portanto, se mostrou profética. Felipe Massa era, de fato, tão veloz quanto Kimi Räikkönen. O desempenho dos dois na Ferrari, ao longo dos anos seguintes, evidenciou essa igualdade. Embora Kimi tenha conquistado o título de 2007, Massa demonstrou ser um competidor à altura, com talento suficiente para vencer corridas, liderar campeonatos e emocionar multidões.

Hoje, ao olhar para trás, é possível dizer que as palavras de Fernando Alonso foram uma das primeiras grandes validações do talento de Felipe Massa por parte de um rival direto e respeitado. Elas ajudaram a desconstruir o estigma de que o brasileiro era apenas um “segundo piloto”, e reforçaram a ideia de que, quando lhe era dada a oportunidade, Massa podia — e soube — brilhar intensamente na Fórmula 1.

 

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